sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Paris, um mundo à parte... ou não

Recentemente tive a oportunidade de ir com a cara metade celebrar uma data muito importante numa das cidades mais belas do mundo, Paris. Nunca lá tinha ido por isso a expectativa era grande. Tinha uma ideia de que iria encontrar muita gente snob e vaidosa mas nada me tinha preparado para o que iria encontrar na realidade.
Para começar, à saída do aeroporto de Orly fiquei logo boquiaberto com um parque de estacionamento cheio de Golwings. Raios, deviam ser mais de 40 (com umas 1600 GTL lá pelo meio). Acho que vi mais asas douradas nesse momento que durante a minha vida inteira. Impressionante!
A caminho do centro de Paris, no Orlybus, era ver as golds serpentearem pelo trânsito semi-parado da  A6 como se fossem PCX no IC19. Mais umas dezenas.
Intrigado com tanto paquete a navegar, decidi investigar e finalmente percebi. Há um serviço de Mototaxi que tem os clientes empresariais apressados como alvo. Está-se mesmo a ver um serviço do género cá no jardim, falência garantida.


Passado o "choque inicial", deu-se início ao choque das clássica, neo-clássicas, modern classics e companhia limitada. Já sabia que o movimento café racer de Paris era muito vivo, mas não tinha noção que era assim tanto. Em Londres isso era um dado adquirido, mas aqui? Scooters sim, mas ver mais bonevilles, w800, v7s e toneladas de mash não era coisa que se espere de uma cidade como esta. Ainda bem, porque dão um brilho muito mais carismático à cidade que qualquer scooter. Não tenho nada contra, atenção, mas prefiro lavar a vista com uma bela Guzzi V11 lemans que com uma Piaggio MP3 (que também as havia).

Isto tudo para dizer que apesar da chuva que caiu, do frio que se fez sentir (estavam 22º quando levantámos de Lisboa e 6º quando aterrámos em Orly) e do trânsito caótico que vi no arco do triunfo, acho que somos dos poucos povos europeus que ainda não percebeu que a solução não é o carro. Será a mota? Talvez não, mas sempre é um mal menor. Venham de lá as brammo empulse encher as ruas de Lisboa por favor.


Não tenho muitas fotos das motos já que passei mais tempo a apreciar que a fotografar. Por isso, toca a reservar um vôo para Paris e assistir ao desfile na primeira pessoa. Não se vão arrepender.









Bónus:
Quanto tempo é que esta pani se aguentava no passeio em Rio de Mouro?

Mitos perdidos no tempo - Citroën Visa Mille Pistes

Hoje pelo facebook vi um post no grupo Clássicos na Pista que mexeu comigo. Qualquer petrolhead que se preze tem os seus carros e motas de sonho, no entanto há aqueles que desde o seu nascimento foram um sucesso e conquistaram o coração de milhões por esse mundo fora como o 205 gti ou o R5 GT Turbo. Houve outros que, apesar do sucesso na altura, acabaram por cair no esquecimento como o Opel Calibra. No entanto, há alguns que, apesar de na altura em que apareceram terem sido grandes "canhões", nunca tiveram o reconhecimento devido e hoje em dia são mais raros de encontrar que um adepto de futebol nas redes sociais no dia depois do seu clube ter perdido. Um desses casos é o Citroën Visa Mille Pistes.



Desenvolvido pela Citroën para o famoso grupo B, este carro tinha tracção integral e a marca tentou torná-lo o mais leve possível através da introdução de painéis "leves". O resultado foi 850kg de peso para 112cv retirados de um tetra-cilíndrico com 1360cc de capacidade. Apesar de não serem valores que assustassem os "tubarões" da altura, já era uma marca respeitável e até conseguiu algumas vitórias com os últimos modelos a rondarem os 150cv para se conseguirem manter competitivos.



Sendo um modelo que não iria ganhar concursos de beleza, acho que a sua raridade e falta de beleza é parte do seu carisma o que torna este carro numa das joias mais interessantes do desporto automóvel mundial. Não há muito mais exclusivo que isto.



Antes do Mille Pistes já a Citroën andava a brincar com o Visa. Houve uma versão com o motor do Esprit desenvolvido pela Lotus e ainda versões com motores centrais e até dois motores. De facto os anos 80 foram uma loucura.












Fontes:
oppositelock.kinja.com

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Wazaaap?

Wazaaap? É uma expressão que já passou de moda, mas a imaginação também já teve momentos mais férteis. Infelizmente, não é só a imaginação que já teve melhores dias. A vida, como imprevisivel que é, também tem altos e baixos e é por isso que nem sempre nos conseguimos manter à tona com o mesmo ritmo.
No entanto não tenho andado parado. Pelo contrário. Neste meio ano que se passou, muita água correu debaixo da ponte. Muitos passeios, muitas amizades restauradas, novos desafios, novos sonhos e novas desilusões.
Para além dos passeios que foram muitos, também desenterrei uma paixão que estava adormecida. Clássicos. Uma paixão que se tornou quase num vício. Juntei-me com uns carolas chamados Clássicos Coruche para organizarmos uma exposição que já ia na segunda edição. Sucesso total. Fica um apanhado do que se tem passado nestes últimos meses que dava quase para encher uma vida dedicada aos motores.


Passeio a Avis com uns amigos. Boa oportunidade para a Norge esticar as pernas.

Passeio dos Aventureiros do Asfalto "Moto Magusto". Moto Clube de Coruche, instituição a que me juntei onde é tudo boa malta.

Almoço de Natal dos Clássicos Coruche. Aproveitámos para deixar uns cartazes no encontro mensal de Clássicos em Santarém.

Passeio de Ano Novo dos Aventureiros do Asfalto. Passagem por pontos de interesse do Concelho de Coruche.

Aqui a Salete foi até ao Cartaxo com os Clássicos Coruche. Visita à Exposição do Cartaxo com almoço no restaurante "A Mó".

Passeio organizado pelo Moto Clube Sacho do Frazão

Aqui levei a velhinha (mas pronta para curvar) TDM 850 de um amigo até ao Cabo Espichel. Aproveitámos e fomos à Serra da Arrábida limpar as chicken strips da TDM e da XX para as meter a descansar em Setúbal enquanto almoçávamos um rodízio de peixe.

Vídeo feito para a candidatura ao Discover More 2015. Não fui seleccionado mas a idéia da viagem não ficou esquecida. Seria uma jornada de 20000kms de Coruche até Hong Kong onde passava pelo sul da Europa, Rússia, Casaquistão, Mongólia e China. É uma viagem épica que espero um dia tornar realidade.

Passeio ao Museu do Caramulo

Almoço na Quinta da Arriça e passeio com os Clássicos Coruche. Bons amigos, carros, motas, boa comida, bom vinho "rally tascas". Coisa que não pode ficar sem repetição.

Passeio de Clássicas organizado pelo pessoal da Sardinha Assada de Benavente. Mais um dia inesquecível.


Vídeo promocional para a 2ª Edição da Exposição dos Clássicos Coruche. Melhor que o resultado final foi o dia de filmagens. Um prato como se pode ver no vídeo seguinte:


Exposição Clássicos Coruche. Este vídeo, feito pelo Gonçalo dos nossos amigos das Fumosas do Sorraia, capta muito bem o que foi a nossa Exposição de Clássicos deste ano. Até agora só tivemos feedback positivo o que é sempre um incentivo para os próximos anos.

E foi mais ou menos isto que se passou. Bom passeios, bons amigos e bons tempos. Nem tudo foi bom, mas como isto é um blog de motores e não de problemas da vida, são coisas que não interessam nada.

Abraços e keep the good times roll.

domingo, 7 de setembro de 2014

Em busca das curvas perdidas do Alentejo

Este passeio era para se chamar "Por caminhos de cabras (sem passar pela Glória do Ribatejo)" mas, devido à chuva e ao perigo que certas estradas apresentam quando caem os primeiros pingos, decidi alterar a rota ligeiramente e chamar-lhe "Em busca das curvas perdidas do Alentejo". Ainda comecei por seguir a rota traçada, mas pareceu-me de facto bastante perigoso.

As estradas apresentavam-se muito escorregadias por causa do óleo e terra

Voltei para trás e segui em direcção ao Couço, apanhei o atalho pela Ribeira de Sor até Montargil para seguir em direcção a Alter do Chão.

Primeira paragem frente ao Clube Náutico de Montargil

Ainda antes de chegar a Alter do Chão, passei por uma placa que dizia "Ponte Romana". Não podia deixar passar este ponto de interesse e decidi investigar. Trata-se de uma antiga ponte romana que integrava a importante estrada romana que ligava Lisboa a Mérida (capital da Lusitânia) passando por Ponte de Sor e Alter do Chão.





Em Alter do Chão foi altura de fazer um ponto de situação sobre a rota a fazer. Vou em direcção a Portalegre e depois subo para Marvão ou vou direcção a Alpalhão e desço para Portalegre? Optei pela segunda opção para não repetir estradas. 




Foi então que dei com duas maravilhas. O Mosteiro de Flor da Rosa logo a seguir a Alter que é absolutamente lindíssimo e foi transformado em Pousada e a Senhora da Redonda em Alpalhão que tem um acesso bastante complicado mas no final vale a pena. A igreja está fechada, mas mesmo assim conseguir tirar uma foto do interior através das grades.










Foi altura de comer uma bucha e seguir em direcção a Castelo de Vide onde estava uma feira medieval a decorrer. Era muita confusão para mim, por isso decidi tirar só uma foto ao castelo e rumar ao miradouro da Senhora da Penha para tirar umas fotos.









Esta foi a primeira das surpresas em termos de curvas. O acesso oeste ao miradouro está um pouco degradado, mas dali para a frente é um mimo. De destaque esteve o São Pedro que até à altura ainda não me tinha brindado com chuva e a estrada estava totalmente seca. Até agora estava a adorar a Serra de São Mamede e o caminho para a Mui Nobre e Sempre Leal Vila de Marvão não desiludiu. A subida tem curvas fantásticas, uma vista de arrasar e ciclistas a elevar o nível de dificuldade. 
Então, o que se pode pedir mais? O Castelo mais bem cuidado que já visitei, um verdadeiro regalo para a vista e os 1,30€ mais bem empregues em visitas a monumentos.













A descida para Portalegre foi feita pela N246-1, uma verdadeira cama em forma de alcatrão.




Em Portalegre precisei de meter gasolina e começou a chover. Azar dos azares a primeira bomba tinha, segundo o proprietário, rebentado e era cheiro a gasolina por tudo o que era sítio. Foi então que um companheiro motard se ofereceu para me escoltar até outro posto de combustível no outro lado da cidade. A coisa ia correndo mal porque o maldito empedrado, além de molhado, tinha óleo. A coisa só não correu pior porque o rapaz até tinha um bom kit de unhas e conseguiu controlar a GSX-F a ponto de irmos os dois parar à berma sem nenhuma mazela. Quando chegámos às bombas (que não rebentaram) ambos soltámos uma grande gargalhada pela sorte dos diabos que tivemos. Maldita calçada!
O caminho até Estremoz não teve grande história. Em Monforte tive uma brigada que me seguiu até um parque de merendas algures no IP-2 mas, depois de eu parar, não me chatearam, apenas passaram devagar por mim enquanto eu tirava uma foto e ainda disseram que não queriam atrapalhar. Ao menos isso já que estava com fome, chovia e ainda ouvi um trovão ou outro lá ao longe.



A partir daqui o São Pedro voltou a dar uma ajuda. A chuva parou novamente, a estrada estava totalmente seca e a R381 revelou-se uma das melhores estradas que fiz. Um verdadeiro tesouro escondido na Serra d'Ossa.



Quando estava mesmo a chegar ao redondo apanhei a maior molha da viagem. Um dilúvio flash que nem me deu tempo de tirar o impermeável da mala da mota. Até acabou por saber bem porque estava bastante calor e serviu para refrescar um pouco. 
Já fresquinho ainda decidi parar em Évoramonte onde, juntamente com uma série de turistas, ficámos chocados ao ver uma placa no castelo a dizer "fechado para férias". Ridículo!




O restante caminho foi feito sem chuva, sem curvas e sem história. Apenas enormes rectas Alentejanas e Ribatejanas até chegar a casa. A mota ficou um nojo mas pelo menos já sei que bem perto de casa, tenho grandes curvas sem ter que me deslocar ao norte do país.